Acidentes fatais em corridas de quarto-de-milha
Acidentes fatais nas corridas têm atraído significativa atenção da mídia norte americana ao longo dos anos. Os esforços para reduzir o número de mortes nas corridas têm sido maiores por causa desta atenção prestada pela imprensa. As causas dessas lesões tem sido extensivamente estudada nos PSI ao longo dos anos para determinar o causa dos acidentes de corrida e assim reduzir a sua incidência. As lesões fatais em Quarto de Milha não tem sido estudadas na mesma medida como na indústria PSI, mas já se tem um padrão definido, como abaixo:
Referente ás corridas
39% aos 3 anos de idade
32% aos 2 anos de idade.
55% em corridas de 275 mts
66% após a linha de chegada
60% em corridas de claiming (36%) ou maiden claiming (24%)
17% ocorreram na nona corrida do dia
23% largaram da baliza 4
25% terminaram entre 1°a 3°
34% não terminaram a corrida
78% dos cavalos feridos não caiu, apesar de o jóquei saltar em 14% das vezes
28% não houve incidente identificável que possa ter levado à lesão
21% colisões
21% tropeços
Referente ás lesões
72% lesões músculo esqueléticas,
39% na articulação do boleto
33% fratura de sesamóide
6% ruptura do aparelho suspensor do boleto
24% na articulação do carpo (joelho)
9% fratura de vértebra
8% fraturas de escapula
2% fratura de úmero
2% fratura de tíbia
A pior das lesões observadas foram as que envolveram a face dorsal do metacarpo.
Existem inúmeros relatos provenientes dos USA, Inglaterra e Austrália sobre lesões fatais sofridas por cavalos de corrida PSI. Alguns resultados diferentes relatados nestes trabalhos foram explicados por variações nas características do local e estilo de corrida.
Existem muitas diferenças entre PSI e QM. A velocidade de corridas clássicas do Quarto de Milha acompanha a forma como o nome da raça evoluiu. Corridas de cavalos Quarto de Milha tem sido cronometradas em quase 80 Km/h ao atravessarem a linha de chegada. A distância das corridas é menor em corridas de Quarto de Milha, e na maioria das corridas são executadas em 402 mts ou menos. Além disso, nas corridas acima de 300 metros foi demonstrado um aumento de velocidade em cada segmento da corrida, enquanto que no PSI tendem a ganhar velocidade no meio da corrida se cansando perto do final. Na corrida de Quarto de Milha não há curvas, embora a desaceleração ser realizada em uma. Devido à natureza velocista da raça Quarto de Milha, os cavalos tendem a correr lado a lado em linha reta, nunca deixando a sua posição ao longo do percurso. Isto contrasta com o PSI que normalmente correm agrupados para se pouparem.
Existem poucos relatos sobre corridas de Quarto de Milha na literatura americana. Em trabalho realizado por Cohen et al a partir de 1999, as lesões músculo-esqueléticas e fatores de risco associados a essas lesões foram estudado em cavalos Quarto de Milha de corrida no Texas e Novo México. Eles descobriram que a incidência de fatalidades foi menor no Quarto de Milha comparada á mesma população de PSI.Eles também descobriram que um inspeção pré-corrida pode ajudar a diminuir as lesões durante a corrida e que os cavalos de 2 anos de idade não tinham mais tanto risco de sofrer um ferimento como os cavalos mais velhos.
Em outro relatório envolvendo cavalos Quarto de Milha de corrida, Balch et al, descobriram que o numero de galopes executados é fator de risco para lesões, enquanto que o comprimento do membro locomotor não foi determinante.
A pior das lesões é a que envolve a parte de trás do metacarpo (joelho), devido a ocorrerem repentinamente e, geralmenteresultarem em uma queda horrível, deixando o joquei totalmente despreparado. Felizmente apenas 22% dos cavalos sofre uma queda. Os acidentes envolvendo a articulação do boleto são mais graves se o incidente ocorreu durante a corrida, impedindo o cavalo de se levantar.
Nestas lesões, ocorre um passo em falso visível, mas o cavalo não parece muito incomodado e não cai. Se a lesão ocorre durante a corrida, quando o cavalo está em alta velocidade, é quase impossívelpara o joquei manter o cavalo correndo e, portanto, uma lesão mais grave, muitas vezes resulta em instabilidade visível da articulação do boleto. Neste ponto, é difícil para o jóquei permanecer sobre o cavalo, prefere cair ou pular mesmo se o cavalo não cair. A maioria das lesões catastróficas envolvendo o carpo não resulta em uma queda. O jóquei parece detectar o ferimento rapidamente e é capaz de parar o cavalo. A observação destes padrões de lesão pode levar a uma prevenção mais eficaz.
Outra conclusão foi que 60% dos cavalos fatalmente feridos foram inscritos em uma corrida de claiming ou maiden claiming.
Em recente publicação a AAEP sugere mudanças para os páreos de claiming de PSI “A fim de proteger o bem-estar e segurança decavalos neste nível”. Especificamente,” cavalos que não terminaram a corrida ou aqueles que tiveram uma lesão fatal durante a corrida permanecem de propriedade do proprietário original”. Alterar tal regra seria estimular a prática de correr cavalos lesionados em provas de claiming. Os resultados deste estudo apoiam uma mudança semelhante em corridas de Quarto de Milha.
Provavelmente a maior diferença entre PSI e Quarto de Milha de corrida é que 66% das lesões ocorreram após a linha de chegada nas corridas de Quarto de Milha e que 78% dos QM fatalmente feridos não cai. Embora não hajam dados oficiais, relatos de veterinários de PSI sugerem que nesta raça tende a ocorrer mais lesões durante a corrida e os cavalos caiem mais como resultado desta lesão, devido ao cansaço pelas longas distâncias das provas.
Os aspectos de segurança da corrida, tanto para o cavalo e joquei, deve ser de grande importância para o veterinário. Apesar de existirem inúmeros estudos enfocando turfe, poucos têm abordado a indústria de corridas de cavalos.
Estes resultados destacam algumas das diferenças entre Quarto de Milha e Puro Sangue Inglês que podem auxiliar os funcionários nas pistas de corrida de ambas as raças.
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